O pensamento de Sérgio Buarque de Holanda

Esta postagem tem por objetivo fazer uma seleção introdutória de textos e vídeos em torno do pensamento de Sérgio Buarque de Holanda. Suas idéias são discutidas em diversas esferas e ramificações das Ciências Sociais (em sentido amplo) dada sua originalidade e contribuição para o pensamento social brasileiro, em especial por suas chaves de reflexões sobre os “sentidos do Brasil”.

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Esses conteúdos foram especialmente selecionados para as aulas específicas sobre o autor, que integram a disciplina Pensamento Político e Social Brasileiro (PPSB).

Textos e Livros

CANDIDO, Antonio. O significado de Raízes do Brasil. in (Prefácio) Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das letras, 2004.

HOLANDA, Sérgio. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das letras, 2004.

_______. Sérgio Buarque. Visão do Paraíso : os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

LIMA, Luiz Costa. Sérgio Buarque de Holanda: visão do Paraíso. in REVISTA USP, São Paulo, n.53, p. 42-53, março/maio 2002

MONTEIRO. Pedro Meira. Mário de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda : correspondência / (org) Pedro Meira Monteiro. — 1a ed.— São Paulo : Companhia das Letras : Instituto de Estudos Brasileiros: Edusp, 2012.

RICUPERO, Bernardo. Sergio Buarque de Holanda. in Sete lições sobre as interpretações do Brasil. São Paulo: Alameda, 2011. Cap. 4


Vídeos

Raízes do Brasil 

A vida e obra de Sérgio Buarque de Hollanda, um dos principais intelectuais do Brasil no século XX e autor dos livros “Raízes do Brasil” e “Visões do Paraíso”. Dividido em duas partes, o filme mostra desde o cotidiano de Sérgio, incluindo o modo como interagia com a família e amigos, até um panorama cronológico de sua época, em que lidou com o nazismo, os anos de Getúlio Vargas no poder e a ascensão do movimento modernista no Brasil.

Parte I 

Parte II


Cidade de Leitores trata do “homem cordial” de Raízes do Brasil
Conceito formulado por Sérgio Buarque de Holanda em seu clássico livro, o programa fala do “homem cordial”. A família patriarcal e a herança rural na formação social brasileira, a relação entre o público e o privado e o domínio dos afetos são aspectos de Raízes do Brasil presentes nos livros e na peça em debate em Cidade de Leitores. A apresentadora Leila Richers entrevista o professor de Literatura Comparada da Uerj João Cezar de Castro Rocha, autor de O Exílio do Homem Cordial e Literatura e Cordialidade — O Público e o Privado na Cultura Brasileira, e Sérgio de Carvalho, diretor da peça O Patrão Cordial.
Parte 1
Parte 2
Parte 3

Pedro Monteiro discute a atualidade de ‘Raízes do Brasil’

Professor de Princeton, Pedro discute como a obra de Sérgio Buarque de Holanda, aos 80 anos, é capaz de explicar o contexto brasileiro ainda hoje. Ele fala da atualidade de “Raízes do Brasil”, tratando das relações do indivíduo com o Estado, com o Pacto Político, tudo ligado ao momento do “entre guerras” no início do Século XX. O livro teria mais perguntas que respostas, sendo talvez uma das chaves para se compreender sua atualidade. Pedro discute também o duplo sentido do “homem cordial” (como tipo ideal). Equivocadamente, ela já foi lido, em princípio, como “algo bom”, enquanto aproximação não conflituosa entre os sujeitos políticos, o que se demonstrou um grande mito. O livro trata da permanência da oligarquia e seu espírito, bem como de uma recomposição contemporânea dos interesses oligárquicos. Pedro também fala da permanência do princípio oligárquico, retornando transvestido em capital financeiro. 


Vídeos do Seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda”

O Seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” foi promovido pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Especialistas em diferentes aspectos da obra do historiador discutiram os diversos temas sobre os quais refletiu. Personalidade pouco convencional, Sérgio Buarque de Holanda deteve-se sobre várias áreas do conhecimento, sendo exemplo ímpar de intelectual com amplo campo de interesses, que apesar da diversidade foram sempre abordados com densidade. A intenção do seminário foi divulgar suas ideias a um público mais amplo e reafirmar a atualidade de seu pensamento.

1 – Antônio Candido: Um homem, duas cidades
Em setembro de 2011, Antônio Cândido participou do seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda“, promovido pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP. Antônio Cândido fala do Sérgio Buarque de Holanda do Rio de Janeiro e de São Paulo. Fala do papel dessas cidades e e da vida cultural delas na formação do historiador. Trata, também, da contribuição do Rio de Janeiro para a formação intelectual.

2 – Laura de Mello e Souza: a mineração e a sociedade movediça
Palestra da historiadora Laura de Mello e Souza no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Uma análise do trabalho de Sérgio Buarque de Holanda sobre a atenção que ele deu para a história social, política, econômica e cultural da capitania de Minas Gerais. A florescência artística e literária em Minas Gerais durante o ciclo da mineração e o caráter ilusório da atividade mineradora.
3 – Richard Graham: a eleição como um drama
Palestra do historiador Richard Graham, professor emérito da Universidade do Texas em Austin, no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. A política no Rio de Janeiro durante o Império no Brasil e o espetáculo das eleições. Como Sérgio Buarque de Holanda retrata em detalhes o teatro das eleições durante o reinado de Dom Pedro II. Quem eram os atores, a platéia, o palco e o papel que cada um desempenhava.
4 – Maria Odila Dias: o poder no Império
Palestra de Maria Odila Dias, professora de História da PUC de São Paulo, no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Como Sérgio Buarque de Holanda descreve o Império no Brasil e o processo político no livro Capítulos de História do Império, organizado por Fernando Novais. Os costumes da sociedade colonial que não mudaram com a Independência, o liberalismo de fachada e o excesso de poder do Imperador Dom Pedro II.
5 – Pedro Meira Monteiro – Cartas trocadas: Mário de Andrade e Sérgio Buarque
Palestra de Pedro Meira Monteiro, professor de Literatura Brasileira na Universidade de Princeton, no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Uma análise das cartas trocadas entre Mário de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda nas décadas de 1920 e 1930. A relação entre os dois e a leitura e interpretação de trechos das cartas.
6 – Antonio Arnoni Prado: Crítica aos modernistas
Palestra de Antonio Arnoni Prado, professo do departamento de Teoria Literária da Unicamp no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Os textos de Sérgio Buarque de Holanda sobre a Semana de Arte Moderna de 22. A pesquisa e a originalidade literária de Sérgio Buarque, a busca por uma verdadeira expressão da vida cultural brasileira e as críticas às obras de Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
7 – Nestor Goulart Reis Filho: Sobre o Semeador e o Ladrilhador
Palestra de Nestor Goulart Reis Filho, professor do departamento de História da Arquitetura e Estática do Projeto (FAU-USP), no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. O diálogo da arquitetura e da urbanização do Brasil com o livro de Sérgio Buarque de Holanda Raízes do Brasil.
8 – Antonio Carlos Robert de Moraes: Geografia em Sérgio Buarque
Palestra de Antonio Carlos Robert de Moraes, coordenador do Laboratório de Geografia Política da USP, no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. A presença marcante da abordagem geográfica nos trabalhos de Sérgio Buarque de Holanda, onde a discussão sobre a formação territorial é o tema central e também uma crítica à ruralidade brasileira. A ocupação do território brasileiro, a formação da sociedade e a utilização do espaço para a construção do Estado.
9 – Maria Alice Rezende de Carvalho: Vida intelectual e urbana
Palestra de Maria Alice Rezende de Carvalho, professora do departamento de Sociologia e Política da PUC-RJ, no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Uma discussão sobre como as ciências sociais lidam com o legado da obra de Sérgio Buarque de Holanda. A mudança do historiador para São Paulo, em 1946, e a influência da Universidade de São Paulo na sua vida intelectual.
10 – Brasilio Sallum Jr: Democracia e Cultura Política
Palestra de Brasilio Sallum Jr, Professor Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo, no seminário “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda” realizado pelo Instituto de Estudos Brasileiros, IEB/USP, entre 13 e 16 de setembro de 2011. Traça um panorama da democracia e da cultura política no Brasil e no mundo nas duas edições do livro de Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil. A primeira edição escrita em 1936 e a segunda lançada em 1947.

Reforma da Previdência Social

carteira-de-trabalhoAntes de falarmos em reforma, é preciso saber o que estamos reformando. Você sabe o que é Previdência Social e para que serve?

A Previdência Social (no Brasil) é um direito social, previsto no art. 6º da Constituição Federal de 1988 entre os Direitos e Garantias Fundamentais, que garante renda não inferior ao salário mínimo ao trabalhador e a sua família nas seguintes situações, previstas no art. nº 201 da Carta Magna:

I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. – Site: Previdência – Ler mais sobre Previdência SocialAposentadoria por tempo de contribuição

Em termos mais simples: “…a Previdência Social é um seguro público que tem como função garantir que as fontes de renda do trabalhador e de sua família sejam mantidas quando ele perde a capacidade de trabalhar por algum tempo (doença, acidente, maternidade) ou permanentemente (morte, invalidez e velhice)…” Site: Guia de Direitos – Ler mais sobre Previdência Social

LINHA DO TEMPO: A história da Previdência Social no Brasil (Site Educação Previdenciária)

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Estamos em 2017, e o ano foi marcado pela votação da PEC 287 – Reforma da Previdência, que muda algumas regras na aposentadoria. Essa reforma é alvo de muitas críticas por não ser positiva para países como o Brasil, que tem um contexto social precário e marcado pelo abandono dos governantes.

Fizemos um apanhado de opiniões sobre o tema, que deve ser debatido constantemente para que a população saiba o que perde o cidadão que acredita que essa reforma que está sendo proposta na PEC 287 é positiva. Antes entenda como funciona uma votação e o que pode ser mudado:

Como foi feita a votação?

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Fonte: Uol Economia

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O que vai mudar com a PEC 287?

As mudanças propostas são:

  • Implementação de idade mínima para aposentadoria, igualando homens e mulheres para a idade de 65 anos;
  • Cálculo do benefício levando em consideração 51% da média das contribuições mais 1% para cada ano contribuído;
  • Aposentadoria especial com idade mínima de 55 anos;
  • Fim da aposentadoria por tempo de contribuição;
  • Fim da aposentadoria especial do professor;
  • Implementação de contribuição previdenciária para o segurado especial ou trabalhador rural;
  • Valor da pensão por morte reduzida para 50% mais 10% para cada dependente, se houver;
  • Benefício de prestação continuada com idade de acesso aos 70 anos e desvinculação do salário mínimo;
  • Fim do fator previdenciário;
  • Fim da regra de pontuação 85/95;
  • Fim do acúmulo de benefícios, como pensão por morte e aposentadoria;
  • Regra de transição para homens com 50 anos e mulheres com 45 anos.

Leia mais sobre: Reforma da Previdência: Entenda o que pode mudar na sua aposentaria

O que pensam especialistas, estudiosos, instituições e movimentos sociais:

Sindicalistas e Movimentos Sociais
Reforma da Previdência (vídeo explicativo  produzido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) para a Frente Povo Sem Medo. Narração: Wagner Moura)

Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo – Entrevista com:  Denise Lobato Gentil, professora de Macroeconomia e Economia do Setor Público do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

“Sob o velho argumento de que o sistema é deficitário, retoma ao centro do debate a antiga fórmula de promover mudanças na Previdência. Sem ainda apresentar proposta fechada, o governo interino de Michel Temer tem se reunido com centrais sindicais na busca de consenso. O que há de unânime entre as lideranças dos trabalhadores é que “é inoportuna qualquer proposta de reforma paramétrica que signifique supressão ou restrição de direitos adquiridos”.

Sindicalistas e especialistas também rebatem a justificativa de déficit. Denise Lobato Gentil, professora de Macroeconomia e Economia do Setor Público do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta: “É um falso discurso. Está sendo usado para alardear a população que se trata de um sistema quebrado e que, portanto, é necessária uma reforma, que implica corte de gastos e, por sua vez, de benefícios.” A afirmação foi feita em entrevista ao Engenheiro, publicação da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), em abril último. “O déficit na seguridade social é uma verdadeira farsa. Somente no último ano, houve superávit de R$ 54 bilhões”, enfatiza o senador Paulo Paim (PT-RS). Ele lançou, juntamente com o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), em junho último, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência. Entre os pleitos, a retomada do Ministério da Previdência – fundido ao do Trabalho – e o enfrentamento à reforma…” Leia mais em: Direitos – Movimento sindical contra a reforma da Previdência

Araldo Neto – Edição de jan/fev da Revista ADverso – ADUFRGS-Sindical

“Mais um duro golpe contra toda a classe trabalhadora está em andamento. Depois da chamada “PEC do fim do mundo”, que congela os investimentos públicos por 20 anos, o governo de Michel Temer quer aprovar, ainda no primeiro semestre deste ano, a PEC 287, que cria um novo sistema de seguridade social no Brasil. Na prática, o que vai acontecer é muito mais do que uma reforma. A proposta, que tramita na Câmara e deve ser votada ainda no primeiro semestre, inviabiliza uma aposentaria digna para o trabalhador em tempo razoável para que possa usufruí-la. Se for aprovada, o trabalhador só terá direito a 100% do salário com 49 anos de contribuição (veja os exemplos nesta reportagem)….” Ler mais em: Reforma da Previdência: Morrer trabalhando

Jorgetânia Ferreira – presidenta do Sindicato dos Docentes da UFU – ADUFU

“…De acordo com a presidenta do Sindicato dos Docentes da UFU – ADUFU, Jorgetânia Ferreira, uma das fundadoras do Comitê, a Reforma da Previdência é injusta porque penaliza principalmente os pobres, as mulheres, professores da educação básica e os trabalhadores e trabalhadoras rurais. Eleva a idade mínima de homens e mulheres para 65 sem considerar que as mulheres geralmente têm múltiplas jornadas de trabalho. Por exemplo, com tarefas domésticas e cuidados com crianças, idosos, familiares enfermos e pessoas com deficiência. Esta sobrecarga histórica foi reconhecida pela Constituição Federal de 1988 que estabeleceu 5 anos menos na idade das mulheres aposentarem, em relação aos homens. …” Ler mais em: TRABALHAR ATÉ MORRER? NÃO! LUTE CONTRA ESSA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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Acadêmicos e Instituições

Flávio Roberto Batista (Faculdade de Direito da USP) diz que a idade mínima não permite que a maioria das pessoas se aposente. “Com um mercado de trabalho majoritariamente braçal, como é o brasileiro, os 65 anos propostos não permitem que a maioria das pessoas se aposente”, diz o professor da Faculdade de Direito. Na verdade, a proposta do governo vem enfrentando reação de movimentos sociais, que já se manifestaram contrários a ela…” Ouça o áudio da entrevista: Reforma da Previdência não pode ser aprovada como está, afirma professor

“Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) analisou os dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para traçar algumas possíveis consequências da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287, também conhecida como Reforma da Previdência. O estudo concluiu que as mudanças de regras de concessão dos benefícios previdenciários e dos benefícios da assistência social do regime vão limitar o acesso a esses recursos, comprometendo assim a produção agrícola das pequenas propriedades rurais e reduzindo o fluxo de renda em centenas de municípios brasileiros. Com isso, segundo a pesquisa, a economia dessas cidades estará ameaçada…” Ler mais em: Pesquisa da UFG analisa os impactos da reforma da Previdência – Baixar Ebook sobre: RISCO SOCIAL NO ESPAÇO RURAL

“O Projeto de Reforma da Previdência apresentado pelo governo, chega com uma série de alterações nas regras atuais que atinge quase todos os trabalhadores. Para entrar em vigor, as mudanças ainda serão aprovadas pelo Congresso e a reformas erá feita por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC)…” Prof. Dr. José Roberto Ferreira Savoia (FEA-USP) – Ver mais em: Vídeo aula: Desafios da Reforma da Previdência -CIPA IME/USP (17/03/2017)

Reforma da Previdência (Visão de Advogados Trabalhistas)


DECLARAÇÃO OFICIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Presidente_Michel_Temer_Reforma_PrevidenciaO Palácio do Planalto tem a página Oficial no Facebook, onde todos aos pronunciamentos do Presidente em Serviço é feito ao vivo. Os vídeos ficam disponíveis, abaixo segue o link do pronunciamento oficial sobre a Reforma da Previdência (05/12/2016)

Link: https://www.facebook.com/PalacioDoPlanalto/videos/812116922259509/


Agora que já sabemos o que é a Previdência e o que estão querendo mudar, já somos capazes de refletir e questionar sobre o tema. Tudo que está diretamente ligado ao povo, deve ser debatido, refletido e muito bem argumentado antes de ser simplesmente modificado. Vivemos numa democracia representativa (o povo elege representantes de suas necessidades), na qual direitos têm que ser preservados. Fique atento, busque informação e faça a sua reflexão!

Por Cinthia Almeida

Você sabe qual é a diferença entre Direita e Esquerda?

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Os dois conceitos: Direita e Esquerda estão presentes nos debates políticos e ideológicos, sobretudo no mundo ocidental. Essa separação ideológica se deu na Revolução Francesa (1789-1815), quando os Girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia, enquanto os Jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. O movimento que dividiu o pensamento político da época, originou a nomenclatura política que categoriza os posicionamentos políticos no interior dos sistemas políticos contemporâneos.

No mundo moderno, tais pensamentos transferiram-se para a ação política e seu principal agente de transformação, o Estado. Quem tem ideologia de Esquerda, busca aperfeiçoar o mundo por meio de políticas que instaurem a justiça social, ou o igualitarismo, ou a socialização dos meios de produção econômica, ou qualquer outra ação que remeta à ideia de igualdade. E, quem tem ideologia de Direita, busca a perfeição do mundo a partir de uma perspectiva idealizada do passado e da tradição, de valores nacionais ou religiosos.

Numa concepção simples dos conceitos, o pensamento de Esquerda é mais voltado para o povo. O líder acredita que fazendo políticas públicas com o objetivo de dar melhores condições sociais para as classes mais carentes, o resultado será um povo mais culto e pensante, munido de uma consciência social e política, sendo potenciais consumidores e assumindo o papel de agente transformador da realidade da nação. Neste pensamento, o Estado deve ser o maior investidor dele mesmo, ou seja, impostos promovendo melhorias em todos os setores.

O pensamento de Direita é mais voltado ao progresso do Sistema, ou seja, investir em empresas que vão gerar empregos e girar a economia através da produção, estimulando o consumo sem se preocupar em dar subsídios para que os mais carentes possam ter seu sustento. Acredita em meritocracia, onde, quem trabalha e se esforça consegue alcançar seus objetivos, mas não considera o fator social de cada indivíduo no qual, o povo como um todo, não está no mesmo patamar de condições e oportunidades que garanta o resultado pessoal por meio do mérito. Neste pensamento, o Privado deve ser o maior investidor do Estado, ou seja, as empresas privadas devem injetar dinheiro próprio para promover melhorias sociais.


LIVROS DE CIÊNCIA POLÍTICA


O conhecimento sobre: conceitual do que é política, sob qual regime está o Brasil, qual a linha de pensamento político encontra-se o poder e como se dá a divisão dos poderes governamentais, é a base que todo cidadão deveria ter para formar a consciência cidadã que sai às ruas manifestando o cumprimento dos seus direitos e pedindo as melhorias sociais.

Gráfico retirado do jornal Folha de S. Paulo, da matéria que explicava a liderança de Marina Silva nas eleições de 2014. Apesar de ser antiga e não mais retratar a realidade (Dilma foi eleita em 2014), a matéria traz muita informação sobre o pensamento dos brasileiros de Esquerda, Centro e Direita.

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Por Cinthia Almeida

A Revolução dos Bichos – George Orwell

revolucaobichosfilmeA Política (como conhecemos em Brasília) é uma área que traz muitas indagações, muitos questionamentos, análises, estratégias, comportamentos (moral) e valores. É um universo extremamente complexo que requer um olhar crítico e o uso da razão como ferramenta principal de trabalho. A Justiça é uma esfera que fica um pouco turva quando entra nesse contexto, pois, os políticos estão sob uma outra esfera judicial, estão “acima” (se formos pensar numa organização jurídica) do cidadão civil e abaixo dos Juristas Magistrados.

Existe a máxima de que todos nós praticamos política o tempo todo e não percebemos, justamente por achar que Política é o que citamos acima. Essa máxima está correta, somos políticos 100% do tempo porque quando fazemos escolhas, estamos usando a razão, para escolhermos o mais justo, respeitando os limites sociais e pessoais de cada indivíduo (pelo menos é assim que deveria ser).

Sob o prisma de qualquer visão, do que pode ser ou do que é Política, uma coisa é certa, a complexidade existente só pode ficar clara usando a Ciência que afasta nosso emocional e nos traz o racional.

Para dar o start nos estudos, indicamos a obra literária A Revolução dos Bichos (George Orwell), que retrata o universo político de forma bem interessante. Colocado em metáfora, ele convida o leitor a pensar sobre ações que fazem parte do cotidiano social de qualquer indivíduo. #LeituraIndispesável

Um pouco sobre George Orwell

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Para os amantes de vídeo, indicamos duas versões: Filme e Desenho

A Revolução dos Bichos – Filme

A Revolução dos Bichos – Em desenho

Boa leitura e bom filme! #BoraPensar

Por Cinthia Almeida

Movimento Caras Pintadas e sua história

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O Brasil está vivendo um momento político importante para a história mundial. Depois de sair do período de Ditadura, elegeu o primeiro presidente por voto direto (1992), uma década depois, elegeu o primeiro presidente de Esquerda (2002), e 8 anos depois, elegeu a primeira presidente mulher (2010). Todos esses fatos têm um “protagonista” em comum: o Jovem. Nesta postagem, vamos falar especificamente dos jovens que fizeram história no Movimento Caras Pintadas.

Os integrantes do movimento são oriundos da Ditadura que por conta da repressão, afastou os jovens das lutas sociais, e ao perceberem o processo histórico que estava atravessando o país (em 1992), viram uma oportunidade de retorno e de fortalecimento juvenil:

“O movimento dos “caras-pintadas” surgiu em agosto de 1992 e, somente alguns meses depois recebeu este rótulo. Suas raízes, porém, devem ser analisadas desde a década anterior, em especial o ano de 1989, que marcou a eleição de Fernando Collor.

Em 1989, pela primeira vez os adolescentes, entre 16 e 18 anos, puderam participar diretamente de uma eleição. Durante a década de 80 foi fato comum a participação de adolescentes nas campanhas eleitorais – estaduais e municipais – fazendo “boca de urna”. Ligados principalmente aos partidos de esquerda, os jovens voltavam a participar da vida política do país, pois o radicalismo do movimento estudantil, na década de 70, provocou um distanciamento de grande parte da juventude…” (pag. 1)

Qual era o perfil do jovem que pediu “Fora Collor”?

Segundo Dias, o jovem era tipicamente burguês, que não trabalhava, apenas estudava e tinha escolaridade secundarista ou universitária, que para a época, era uma posição pertencente ao jovem de família abastada (a população carente era escolarizada até a 4ª série, por uma necessidade mercadológica).

Um fato curioso, apontado pelo autor, é que parte da juventude que saiu às ruas pedindo “Fora Collor”, votaram em Collor como forma de ver uma mudança, pode-se dizer que foi um voto esperançoso, um paradoxo que ainda faz parte dos nossos dias atuais. O trecho abaixo se refere à década de 90, mas cabe perfeitamente ao atual cenário político, onde o povo viu em Lula uma esperança de mudança e se viu tomado pelo sentimento de “traição” com o caso de corrupção Lava-Jato:

“…Além disso, devemos salientar que a candidatura de Lula – Luís Inácio Lula da Silva, candidato pelo Partido dos Trabalhadores – também recebeu uma grande quantidade de votos juvenis.

Acreditamos que, de certa forma, a preferência por Collor estava ligada à tendência juvenil de buscar o novo, a modernização da sociedade e Fernando Collor fundou toda sua estratégia eleitoral na modernização do país. 

Essa discussão serve como referencial para inferirmos que as raízes do movimento “caras-pintadas” estão intrínsecas ao pleito de 1989. Collor recebeu o voto de milhões de jovens, que estreando no cenário político sentiram-se traídos ao perceberem que apesar do discurso modernizante e inovador, Collor representava, na realidade, a velha política tradicional de favorecimento e corrupção.

Desta forma, quando em 1992 surgem as primeiras denúncias de corrupção do presidente, uma parcela destes jovens considerou-se enganados e, quando o movimento pelo impeachment surge como alternativa viável, sentem-se compelidos a participar…” (pag 2)

Artigo: Política e Participação Juvenil: os “caras-pintadas” e o movimento pelo impeachment / Luiz Antonio Dias: Doutor em História Social (UNESP- Campus de Assis). Professor Titular de História do Brasil da Universidade de Santo Amaro (UNISA). Coordenador do curso Lato Sensu: “Sociedade e cultura brasileira: perspectivas e debates do século XIX ao XXI” – Universidade de Santo Amaro.

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Jornal Nacional divulga o Plano Collor:

foracollorvejaAlém do perfil, a origem do movimento, as motivações e suas reações diante dos fatos, Dias também ressalta um fator determinante para o impedimento de Collor, o apoio forçado da imprensa/mídia, que acabou fortalecendo o movimento, pois se viu sem alternativa, a não ser a de se colocar contra Collor e derrubar o candidato que ela mesma elegeu.

É interessante e importante a leitura de artigos e livros sobre os movimentos estudantis e jovens (que não são necessariamente estudantes), para a construção do pensamento analítico, crítico e filosófico. A política não é apenas uma área do conhecimento, ela está diretamente ligada ao dia a dia de cada cidadão.

Deixaremos duas indicações de leitura: O artigo que deu base à postagem e o artigo: De estudantes a cidadãos – Redes de jovens e participação política (Ann Mische – Universidade de Columbia), que aborda o papel do jovem cidadão dentro dos movimentos políticos e sociais.

Por Cinthia Almeida